quinta-feira, abril 23, 2009

Mitos

Na visão antropológica de Lévy-Strauss, o mito é a história de um povo, ele é a identidade primeira e mais profunda de uma coletividade que quer se explicar.

Sobre o mito, a filósofa brasileira Marilena Chaui diz que “é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa” que ressurge dentro de uma estrutura onde os conflitos só vão ser resolvidos no final da trama.

Quem acompanha essa história sente-se preso porque quer chegar ao ápice. Ela é o ponto culminante do interesse dos ouvintes.

Mitos são criados a partir da fala. É uma fala escolhida pela história: não poderia de modo algum surgir da natureza das coisas. Mas, naturalmente, não uma fala qualquer, são necessárias condições especiais para que a linguagem se transforme em mito.

Mas o que deve se estabelecer é um sistema de comunicação, é uma mensagem. Eis porque não poderia se um objeto, um conceito ou uma idéia: ele é um modo de significação, uma forma.

O mito surge como uma explicação para uma atitude ou acontecimento numa sociedade. Como o mito da região norte do Brasil, Boto Cor de Rosa, onde um boto se transforma em homem, sai a noite pelos vilarejos, seduz as mulheres e as engravida. Este mito serve para explicar como a donzela foi aparecer grávida.

O mito japonês Momotaro, vem explicar catástrofes naturais, onde um demônio destrói vilas e só é apaziguado com o sacrifício de uma virgem, até que Momotaro o enfrenta com a ajuda de um macaco, um pássaro e um cão.

A importância do mito na semiótica e na comunicação é a bagagem cultural que ele agrega, quais valores da sociedade estão embutidos no mito, e também o estudo por trás da linguagem.

Nenhum comentário: